O casal de empresários Marcelo e Eugenia é proveniente da cidade mineira de Santa Maria de Itabira. Minas é rural, montanha, fazenda, pasto, queijo, broa e doce de leite. É sabor, cheiro, tempero. É poesia pura. É Carlos Drummond! Assim, o casal tem raízes fincadas em terra de mesa farta, de culinária saborosa, de feijão tropeiro e couve picadinha. Marcelo e Eugenia têm personalidades diferentes e complementares. A diversidade é boa, traz idéias novas, perspectivas diferenciadas. No entanto, ambos são idealistas e desde cedo tinham o sonho de erguer na capital uma empresa do ramo de alimentação. Defendiam a mesma visão de mundo, estavam unidos pela confiança no futuro, por uma incansável disposição para o trabalho e por um imenso amor.
Encontraram o imóvel ideal bem no coração da Floresta, na esquina das ruas Itajubá com Pouso Alegre. O imóvel adquirido constituía-se de duas velhas lojas que logo se transformaram em uma confeitaria e um restaurante self-service, a quilo, uma grande novidade para a época. A esquina era tradicional marca do Carnaval de Belo Horizonte e por isso o nome escolhido foi uma homenagem ao Rei do Carnaval.
O começo foi muito difícil, a rotina do cotidiano começava com o dia ainda escuro e chegava até dez, onze horas da noite. Durante os cinco primeiros anos – o início da curva de aprendizagem – ficavam ali naquele tumulto, entre entregadores, funcionários, pilhas de papéis, e muita fumaça. Era uma correria, uma anarquia que não tinha horário, não tinha programação, não tinha método. Em meio a esta labuta foram nascendo os quatro filhos, três deles atualmente atuam na empresa. Em 1992, decidiram abrir ali pertinho da Momo, na rua Itajubá, a Panificadora Colombina, que trouxe a novidade de padaria com estacionamento, hoje uma das mais diversificadas da cidade e um dos principais negócios do grupo, um verdadeiro sucesso. Nesta ocasião já haviam sido adotados métodos e processos padronizados e implantado um sofisticado sistema de informação.
A Momo da Cidade Jardim foi inaugurada em 1998 e a empresa ganhou visibilidade, passando a ser mais conhecida na Zona Sul de BH. Equipamentos e vitrines italianos foram adquiridos para que os alimentos tivessem muito mais qualidade e fossem melhor apresentados aos clientes.
Se um termo pudesse descrever o fantástico sucesso da Momo Savassi, provavelmente seria “o desafio à descrença”. A região da Savassi estava desacreditada. Suas lojas haviam migrado para os Shoppings. Novamente, os empresários tiveram intuição, ousadia e muita coragem. Com muito entusiasmo, mantinham acesa a crença de que somente com métodos e processos modernos e tecnologia de ponta seria possível buscar expansão aliada à qualidade. Queriam tornar obsoleto seu próprio negócio, perseguindo todos os tipos de inovação, dando ao mineiro o que ele merecia: um espaço arrojado, de primeiro mundo, em um ambiente sem arrogância. Com um esforço hercúleo, arregaçaram as mangas na força-tarefa de forjar uma nova Momo. Era preciso dividir funções e somar trabalhos para multiplicar resultados. A equipe Momo escolheu o local, fechou o negócio, planejou e executou o projeto e inaugurou a loja em apenas seis meses!
Quantos pensavam que a Momo não teria clientes na Savassi, que ali era uma região fantasma? Pois o sol brilhou desde o início para a nova loja, que se tornou um ícone. A Momo Savassi, hoje reinaugurada em um modelo menor e mais dinâmico, disponibiliza buffet para almoço e café colonial, além de um espaço agradável para encontros e festas.
Com o sucesso da marca, a Momo continuou sua trajetória ascendente, inaugurando em 2005 mais um empreendimento, a Momo Buritis, hoje considerada um atrativo do Shopping Paragem. Além de almoço e de todos os produtos Momo, foi adaptada ao público alvo, oferecendo tábuas de petiscos diferenciados, pois se tornou um local de encontro de jovens e universitários do bairro.
Um exemplo da vitalidade e dinamismo da Momo pode ser constatado durante a pandemia. Somente neste período, a empresa reinaugurou a Momo Savassi, abriu a linda loja do Planalto e a pastelaria Colombina na Floresta.
Os sócios, Eugenia e Marcelo, intuitivamente, se preocupam em buscar as informações disponíveis no mercado de forma incansável. Assim, têm uma percepção mais aguda do início da evolução de uma mudança no setor em que atuam. A conversão das informações obtidas em conhecimento organizacional possibilita a formulação mais assertiva das estratégias da Momo. De fato, a maior vantagem competitiva da Momo é a sua capacidade de combinar vantagens regionais, como receitas e temperos mineiros, se beneficiando simultaneamente das vantagens de diferentes regiões do mundo, e as combinar em sua capacidade de produção.
A busca pela melhoria contínua leva os empresários a frequentar treinamentos, congressos e feiras em diversas regiões do mundo, como o curso de patisserie da École Ritz-Escoffier, realizado pela proprietária, Eugenia, no hotel Ritz em Paris; a FITHEP Expoalimentaria de Buenos Aires - feira internacional de tecnologia para sorvetes, panificação, confeitaria, chocolates e pastas, o Salon Internacional de L'Alimentation (SIAL), em Paris, que reúne as grandes tendências da alimentação e os avanços na saúde alimentar; e a feira internacional de alimentos, a FancyFood&Confection Shows, em Nova York, entre outros. No Brasil, a equipe Momo frequenta anualmente os principais eventos de seu setor, como a FISPAL e a Equipotel de São Paulo.
Nada disto teria sido possível caso a determinação e o esforço da turma que está na linha de frente da Momo não fossem espelhados no time da retaguarda, considerado pela empresa como sua força motriz. A participação das pessoas em seu processo de crescimento tem sido fundamental desde o início. Na Momo, alguns aprendem, alguns ensinam e todos compartilham. A empresa é um celeiro de profissionais. É reconhecidamente uma empresa humana, que valoriza a capacitação e a competência e que tem muito respeito por sua equipe. A Momo compreende que o atual cenário exige uma postura mais competitiva das organizações e que as empresas que se preocupam com o lado humano e com a busca contínua de excelência têm mais chances de prosperar.